24/05/2018

Estudo conclui que compostos cancerígenos do churrasco fazem mal também a quem não come

Fique muito longe da fumaça.

Um novo estudo publicado na revista científica Environmental Science & Technology (veja aqui, em inglês) nessa quarta-feira (23) afirma que churrasco não faz mal só a quem come a carne. A pesquisa foi destaque no Estadão (veja aqui).

Já se sabe há muitos anos que há na fumaça quantidades significativas de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA). Esse tipo de substância tem ligação direta com diversos tipos de câncer. Sabe-se também que a carne assada em um churrasco, exposta à fumaça, tem quantidades altas de HPA por conta de uma reação química entre a gordura e a fumaça.

Conduzido por pesquisadores de duas universidades da China, Universidade de Jinan e Universidade de Pequim, o estudo trouxe informações importantes sobre como o HPA entra no organismo humano durante um churrasco.

Os pesquisadores colocaram 20 homens com idades entre 22 e 25 anos em um churrasco que durou cerca de 2 horas e meia.

Um primeiro grupo comeu a carne assada no churrasco, mas não inalou a fumaça e usou uma cobertura especial no corpo para proteger a pele.

Um outro grupo de voluntários ficou ao lado da churrasqueira, totalmente exposto à fumaça por vias nasais e com a pele sem cobertura.

Um terceiro grupo não comeu o churrasco e usou máscaras para não inalar a fumaça, mas ficou com a pele completamente exposta.

Com dados coletados da urina dos participantes antes e depois do evento, os cientistas concluíram o seguinte: como era de se esperar, os que comeram a carne tiveram maior elevação nos níveis do agente cancerígeno HPA.

Mas a surpresa vem na segunda colocação. Segundo o estudo, a pele é a segunda rota de absorção do HPA, superando a inalação de fumaça.

Dessa forma, se uma pessoa participa de um churrasco e fica diretamente exposta à fumaça por meio de sua pele, ela está sujeita a absorver o preocupante HPA, mesmo sem comer a carne. Ainda segundo os chineses, roupas de manga longa não resolvem totalmente o problema. Diminuem a absorção, mas não a eliminam.

Fonte: Portal Vista-se