O PL dos Bois, como ficou conhecido, prevê a proibição das operações de embarque de animais vivos para fins de consumo em todos os portos do estado de São Paulo.
O repúdio ao projeto, proposto pelo vereador Teimoso (PSB), deve ser colocado em votação após o recesso parlamentar de julho. O objetivo é enviar o documento à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) em uma tentativa de impedir a aprovação do PL dos Bois, como ficou conhecido o projeto.
De autoria do deputado estadual Feliciano Filho (PPS), o PL 31 tem sido defendido por ativistas que, durante semanas, ocuparam a Alesp. Em grande número, eles lotaram os corredores da assembleia e pressionaram os deputados para exigir a aprovação da proposta. As informações são do portal Nova Imprensa.
Crueldade e impacto ambiental
Os ativistas alertam para a crueldade inerente à exportação de animais vivos, confirmada pela médica veterinária Magda Regina após inspeção técnica realizada no navio NADA, que transportou mais de 27 mil animais com destino à Turquia após sair do porto de Santos, no litoral de São Paulo. Mantidos em um ambiente superlotado e sem condições mínimas de higiene e alimentação adequada, os animais são obrigados a suportar longas viagens, que podem, inclusive, durar semanas.
O impacto ambiental também é abordado pelos ativistas. Isso porque as fezes, a urina, o sangue, as vísceras e os corpos triturados de animais que morrem durante a viagem, devido às condições insalubres, são despejados em alto mar, contaminando o meio ambiente e prejudicando os animais marinhos.
Boi se torna símbolo de resistência
A queda de um boi no mar em São Sebastião, durante uma operação de embarque em um navio, fez com que o movimento contra a exportação de animais vivos ganhasse força. O animal se tornou um símbolo de resistência.
O boi Herói, como ficou conhecido, nadou por pelo menos cinco horas após cair no mar. Resgatado pela tripulação do veleiro Endurance, a 10 quilômetros de distância do local da queda, ele foi rebocado até a praia das Cigarras em uma boia para flutuação da cabeça. De acordo com os tripulantes, o animal estava bastante estressado e, em desespero, tentou subir na embarcação. Ao chegar na areia, ele demonstrou completa exaustão.
Ativistas tentaram conseguir a guarda do boi para libertá-lo da exploração e da morte, mas não tiveram sucesso e ele, lamentavelmente, foi reembarcado no navio Adelta, de bandeira do Panamá, rumo ao Oriente Médio.
“Existem laudos veterinários contrários ao embarque e juízes, procuradores e promotores também já publicaram pareceres contra essa atividade. O sofrimento dura de 15 a 20 dias em embarcações quentes, imundas e apertadas. Estamos vendo até mesmo casos de bois que se jogam ao mar em tentativas desesperadas de fugir desses navios da morte, como foi o caso documentado do boizinho Herói, que pulou de um navio e nadou por cerca de cinco horas em águas geladas até ser resgatado”, afirmou o deputado Feliciano.
Fonte: Portal ANDA